Equivalência

  Estamos sempre tão preocupados com os, supostos, gostos de cada um, por exemplo: aquele cara só namora gostosas, aquela garota só namora homens ricos e esquecemos que nenhum relacionamento tem como alicerce, somente, o corpo. Qual a lógica de namorar alguém com um corpo legal ou com muito dinheiro e que seja infantil, que não sabe ceder, que não sabe ter uma vida a dois?
  A vida agrega a matemática, a equivalência está presente, a igualdade dos valores, a diferença dos números, das idéias. Então os casais equivalem, são equações binárias de mesmo valor que são perfeitas, naquele momento, uma para a outra. O corpo bacana, o dinheiro e essas besteiras que a gente costuma usar como 'modelo' não devem ser usadas como crivo, cada um tem sua preferência, sua necessidade para o momento.
  Nós somos feitos de momentos e o nosso todo não deve ser conjecturado por isso, afinal hoje eu acordei feliz, mas ao entardecer eu fiquei meio ranzinza e a noite eu quis sair pra alguma balada pra me divertir, mas a minha pessoa não é feita somente disso.
  O que importa é que nada importa. A gente equivale, você tem um corpo legal, você me completa, a gente é feliz porque, agora, nesse momento, você é perfeito pra mim. No futuro você pode ganhar mais uns 7 ou 8 quilos, mas a nossa equivalência permanece, nós continuamos perfeitos para aquele futuro.
  Então desencana, esquece isso de que ele quer a gostosa e ela quer o rico, o que vale é a equivalência, é a capacidade de coexistir, de ceder quando necessário.